Liturgia diária: Dia 10 de Novembro - Terça-feira SÃO LEÃO MAGNO PAPA E DOUTOR (Branco, prefácio comum ou dos pastores Ofício da memória)
O Senhor o escolheu para a plenitude do sacerdócio e, abrindo seus tesouros, o cumulou de bens.
Ó Deus, que jamais permitis que as potências do mal prevaleçam contra a vossa Igreja, fundada sobre a rocha inabalável dos apóstolos, dai-lhe, pelos méritos do papa são Leão, permanecer firme na verdade e gozar paz para sempre. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura da Carta de São Paulo a Tito.
2 1 Carríssimo, o teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.
2 Os mais velhos sejam sóbrios, graves, prudentes, fortes na fé, na caridade, na paciência. 3
Assim também as mulheres de mais idade mostrem no seu exterior uma
compostura santa, não sejam maldizentes nem intemperantes, mas mestras
de bons conselhos.
4 Que saibam ensinar as jovens a amarem seus maridos, a quererem bem seus filhos,
5 a serem prudentes, castas, cuidadosas da casa, bondosas,
submissas a seus maridos, para que a palavra de Deus não seja
desacreditada.
6 Exorta igualmente os moços a serem morigerados,
7 e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade,
8 linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário seja confundido, não tendo a dizer de nós mal algum.
9 Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores e atentos em agradar-lhes. Em lugar de reclamar deles
10 e defraudá-los, procurem em tudo
testemunhar-lhes incondicional fidelidade, para que por todos seja
respeitada a doutrina de Deus, nosso Salvador.
11 Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens.
12 Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e
às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e
piedade,
13 na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo,
14 que se entregou por nós, a fim de nos resgatar
de toda a iniqüidade, nos purificar e nos constituir seu povo de
predileção, zeloso na prática do bem.
Palavra do Senhor.
A salvação de quem é justo vem de Deus!
Confia no Senhor e faze o bem,
E sobre a terra habitarás em segurança.
Coloca no Senhor tua alegria,
E ele dará o que pedir teu coração.
O Senhor cuida da vida dos honestos,
E sua herança permanece eternamente.
É o Senhor quem firma os passos dos mortais
E dirige o caminhar dos que lhe agradam.
Afasta-te do mal e faze o bem,
E terás tua morada para sempre.
Os justos herdarão a nova terra
E nela habitarão eternamente.
Evangelho (Lucas 17,7-10)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra, e meu Pai o amará e a ele nós viremos (Jo 14,23).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
Naquele tempo, disse Jesus: 17 7 "Qual de vós, tendo um
servo ocupado em lavrar ou em guardar o gado, quando voltar do campo lhe
dirá: ‘Vem depressa sentar-te à mesa?’
8 E não lhe dirá ao contrário: ‘Prepara-me a ceia, cinge-te e
serve-me, enquanto como e bebo, e depois disto comerás e beberás tu?’
9 E se o servo tiver feito tudo o que lhe ordenara, porventura fica-lhe o senhor devendo alguma obrigação?
10 Assim também vós, depois de terdes feito tudo o
que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos servos como quaisquer outros;
fizemos o que devíamos fazer’".
Palavra da Salvação.
SOMOS SERVOS INÚTEIS
O discípulo do Reino comporta-se, na comunidade, como um servidor. Tudo
quanto faz prima pela gratuidade. Não se poupa, em se tratando de ser
útil aos irmãos, pelo fato de servir por vocação. E faz tudo quanto está
a seu alcance, sem optar pelo serviço que lhe é mais cômodo. Também se
recusa a fazer exigências.
Rompe com o projeto do Reino, o discípulo que se deixa contaminar pelo
espírito farisaico e serve aos outros com segundas intenções. Serve para
ser visto e louvado, para poder exigir de Deus a salvação, para fazer
penitência pelos próprios pecados, para pagar alguma promessa. Todas
essas são motivações que desmerecem o serviço realizado.
A correta compreensão do serviço cristão decorre do tipo de
relacionamento do discípulo com Jesus. O servidor cristão sabe que seu
Senhor olha para além das aparências; que concede a salvação movido por
misericórdia, e que é inútil pretender apresentar-se diante dele com o
título de justo. O Mestre recusa-se a estabelecer relações comerciais
com seus discípulos, na base do dar e receber. Não impõe a ninguém um
serviço para castigá-lo ou levá-lo a penitenciar-se, e sim, como sinal
de superação do próprio egoísmo e demonstração da capacidade de fazer-se
solidário.
Quando o discípulo serve, movido por este espírito, tem consciência de
estar fazendo o que lhe compete. E não passa de um servo inútil.
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a servir aos irmãos com gratuidade e
generosidade, certo de estar fazendo simplesmente a minha obrigação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Pelas oferendas que vos apresentamos, iluminai, ó Deus, a vossa Igreja, para que o vosso rebanho cresça por toda parte e seus pastores sejam de vosso agrado. Por Cristo, nosso Senhor.
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10,11).
Ó Deus, governai com amor a vossa Igreja, que alimentastes nesta sagrada ceia, para que, conduzida por vossa mão poderosa, veja crescer a sua liberdade e conserve a integridade da fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Eleito com o nome de Leão I, foi um dos maiores pontífices da história do cristianismo, embora pouco se saiba sobre sua vida antes de ocupar a Cátedra de Pedro. É venerado por sua profunda sabedoria, suas extraordinárias virtudes e sua brilhante direção, como relatam os historiadores e teólogos. Leão nasceu por volta do ano 400, na região da Toscana, onde está situada a cidade de Roma. Tornou-se sacerdote muito jovem e fez carreira consolidada num trabalho brilhante. Em 430, já era arcediácono e depois foi conselheiro dos papas Celestino I e Xisto III. Era tão respeitado e conceituado que, após a morte deste último papa, foi eleito para substituí-lo Com o título de Leão I, assumiu o governo da Igreja em agosto do ano 440. Eram tempos difíceis. Por um lado, o Império Romano esfacelava-se e já não conseguia conter as hordas de bárbaros que invadiam e saqueavam seus domínios. Por outro lado, a Igreja enfrentava divisões e dissidências doutrinárias em seu interior. Um panorama tão sombrio que só não levou o Ocidente ao caos por causa da atuação de Leão I nos dois terrenos: o espiritual e o material. Na esfera espiritual, ele permaneceu firme, defendendo as verdades do catolicismo diante das grandes heresias que sacudiram o século V, e atuou participando de discussões, encontros e concílios. Foi nessa época que escreveu um dos documentos mais importantes para a fé: a "Carta dogmática a Flaviano", o patriarca de Constantinopla, defendendo as posições ortodoxas do cristianismo. "Pedro falou pela boca de Leão", diziam os sacerdotes da Igreja que acabavam concordando com os argumentos. Estão guardados mais de cem dos seus sermões, além de cento e quarenta e três cartas contendo ensinamentos sobre a fé cristã, seguidos e respeitados ainda hoje. Já no plano material, era o único que poderia conseguir, graças ao seu prestígio e à sua eloqüência, que o terrível rei Átila, comandante dos bárbaros hunos, não destruísse Roma e a Itália. A missão poderia ser fatal, pois Átila já invadira, conquistara e destruíra a ferro e fogo o norte do país. Mesmo assim Leão I foi ao seu encontro e saiu vitorioso da situação. Mais tarde, foi a vez de conter os vândalos, que, liderados pelo chefe bárbaro Genserico, entraram em Roma. Só não atearam fogo à Cidade Eterna e não dizimaram sua população graças à atuação do grande pontífice. Não existem relatos sobre os seus últimos dias de vida. O livro dos papas diz que Leão I governou vinte e um anos, um mês e treze dias. Faleceu no dia 10 de novembro de 461 e foi sepultado na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Bento XIV proclamou-o doutor da Igreja em 1754. Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "o Magno".
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